A fascite plantar é o nome dado à inflamação de uma resistente membrana localizada na planta dos pés e que está fortemente ligada ao osso do calcanhar.

Se você apresenta dores nos calcanhares, que geralmente são mais fortes pela manhã, logo ao apoiar os pés no chão, ou então no final do dia, provavelmente você está apresentando fascite plantar.

Fáscia plantar é uma faixa de tecido fibroso que vai do calcanhar aos dedos e que serve no auxílio à manutenção do arco do pé. Fascite plantar é a dor no trajeto desta fáscia plantar e que popularmente é conhecida como esporão do calcâneo. A causa específica da dor, na verdade, apesar de ser bastante conhecida como esporão do calcâneo não tem a ver com o tal do esporão e sim com a fáscia.

Causas

A inflamação na fáscia plantar ocorre após os três pontos de apoio do pé serem sobrecarregados. Esse triângulo de sustentação é composto pelo primeiro e quinto metatarso, que correspondem aos ossos dos dedos, junto com o osso calcâneo.

O tecido fibroso que reveste os músculos da região é justamente a fáscia plantar. Essa estrutura é de suma importância para o arco plantar e, consequentemente, para a sustentação de todo o peso do corpo. A dor no calcanhar ao acordar é o principal sinal de alerta de que o pé sofre constantemente com a sobrecarga excessiva.

Além de atletas despreparados, como maratonistas e corredores em geral, a fascite plantar também pode ocorrer por uso contínuo de sapatos inadequados, obesidade, alterações na formação do arco do pé (pé chato ou pé cavo), uso de medicamentos, traumas e doenças autoimunes (como a doença reumática, autoimunes e outras similares).

Os predisponentes para a sobrecarga e dor nesta fáscia são: pés planos (hiperpronados, ou chatos), cavos (arco muito alto), obesidade, encurtamento muscular (da panturrilha e da sola dos pés), uso de calçados baixos, sem saltos, especialmente nas pessoas que ficam em pé por muito tempo.

Os vilões são os calçados sem saltos, as famosas ‘rasteirinhas’ e as sapatilhas. Estes calçados não oferecem qualquer amortecimento para o calcanhar, favorecendo portanto a inflamação local. Além disso, o solado plano destes calçados faz com que haja um estiramento da planta do pé em cada pisada, tracionando a fáscia plantar, irritando-a ainda mais.

Sintomas

A sintomatologia usual da doença resulta do espessamento da fáscia e do aumento das fibras do tecido. Dessa forma, o paciente costuma se queixar de uma forte dor no calcanhar, principalmente durante o contato do pé com o chão.

Ao caminhar, e geralmente de manhã ao acordar, o desconforto ou desconforto?? tende a evoluir para se caminhar na ponta dos pés. Em alguns casos, pode ser sentida uma queimação na planta do pé.

Sensibilidade, calcanhar inflamado, vermelhidão, rigidez e edema também podem se manifestar como sintomas e sinais da fascite plantar.

Fascite plantar e esporão do calcâneo são a mesma coisa?

Muitos pacientes tendem a achar que fascite plantar e esporão do calcâneo são a mesma coisa, porém não são. A fascite plantar é uma inflamação, ou melhor, um processo degenerativo que afeta a fáscia plantar. Já o esporão do calcâneo é um crescimento ósseo, uma espora, causando protuberância óssea no osso calcâneo e próximo à inserção da fáscia.

Diagnóstico

Esse tipo de problema é simples de ser identificado. A princípio, o médico ortopedista faz um levantamento dos hábitos do paciente, e possíveis fatores de riscos são levantados. A análise do arco do pé também é levada em consideração durante o exame clínico realizado pelo profissional através da baropodometria.

O local da dor normalmente é apontado pelo paciente bem na origem da fascia plantar no calcanhar, a observação da marcha e do formato do pé faz parte do exame físico e é de suma importância. Muitas vezes precisamos somente de exames simples de radiografias e ultra ssonografia para o complemento do diagnóstico.

Em alguns casos, solicita-se um exame de ressonância magnética para esclarecimento do diagnóstico em casos de dúvida.

Prevenção

Dar preferência a calçados com algum tipo de amortecimento sob os calcanhares, e que tenham, de preferência, um pequeno salto de 2 ou 3 cm. Este tipo de salto tende a relaxar a planta dos pés, prevenindo a inflamação da fáscia plantar.

DICAS DE ALONGAMENTOS PARA PREVENÇÃO DE DORES NOS PÉS NAS CAMINHADAS E CORRIDAS:

1) alongamento excêntrico de panturrilhas: pise em um degrau e desça o peso do corpo até sentir uma boa tensão na musculatura da panturrilha: contraia a musculatura, como se fosse ficar na ponta dos pés, mas não levante o corpo; mantenha a musculatura contraída por 20 segundos e então relaxe e descanse por 20 segundos (faça 03-05 repetições)

2) alongamento de gastrocnêmio (panturrilha): fique de frente para uma parede e faça alongamentos da panturrilha, com o joelho esticado (em extensão). Não retire o calcanhar do chão e mantenha o pé reto, sem virar para fora ou para dentro. Mantenha o estiramento por 20 segundos e faça 03 a 05 repetições)

3) alongamento de sóleo (também da panturrilha): – fique de frente para uma parede e faça alongamento da panturrilha, semelhante ao anterior (do gastrocnêmio), porém com o joelho dobrado. Faça também 03 a 05 repetições de 20 segundos de estiramento).

4) alongamento manual da musculatura plantar e da fáscea plantar: – Cinco repetições de alongamentos manuais da musculatura plantar por vinte segundos cada vez – Deve ser realizado por outra pessoa empurrando o pé e os dedos para fazer o estiramento plantar (pode ser também realizado pela própria pessoa puxando a parte anterior do pé e dos dedos).

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Tratamento

Tratamento conservador para fascite plantar:
Quando o quadro está instalado, é possível que apenas o uso de calçados adequados já não mais sejam eficientes para reverter a inflamação. Nestes casos a fisioterapia tem papel muito importante no tratamento. O uso de palmilhas especiais também podem ser importantes no tratamento.

Para se evitar esta dor, o ideal é ir de encontro aos predisponentes: emagrecer, corrigir com palmilhas a deformidade dos pés (planos, cavos), fazer exercícios corretos (alongamentos), corrigir os calçados (evitar sapatilhas, evitar ficar descalço), procurando-se um calçado com amortecedor no calcanhar e que preferencialmente tenha algum salto. Portanto, é necessário corrigir as alterações biomecânicas dos pés e corrigir-se os suportes dos pés e os excessos (tanto de exercícios incorretos como de peso).

Protocolo de tratamento da fascite plantar

Causas

A fascite plantar tem causa desconhecida em 85% dos casos, podendo ocorrer inclusive através de causas:

Ambientais:

  • Traumatismos;
  • Fraturas por estresse;
  • Muita caminhada com os pés descalços e/ou em superfície dura;
  • Ficar longos períodos em pé;
  • Alongamentos inadequados;
  • Sedentarismo.

Anatômicos:

  • Anteversão femoral em excesso;
  • Atrofia-hipotrofia do coxim gorduroso;
  • Obesidade;
  • Coalisão tarsal;
  • Calcâneo estreito;
  • Encurtamento do tendão de Aquiles;
  • Pés planos ou cavos;
  • Diferença de comprimento de membros inferiores.

Biomecânicos:

  • Fraqueza dos músculos intrínsecos do pé;
  • Pé equino;
  • Musculatura flexora plantar fraca;
  • Uso de calçados inadequados;
  • Limitação na dorsiflexão.

Entre as técnicas fisioterapêuticas para o tratamento da fascite plantar estão:

Alongamento

O alongamento é uma das formas mais eficazes para prevenir e tratar a fascite plantar, já que a causa mais comum da patologia é a tensão da musculatura, principalmente da panturrilha e da fáscia plantar.

Palmilhas Ortopédicas

As palmilhas para os pés são frequentemente utilizadas como um dos componentes do tratamento conservador, tendo como objetivo corrigir as alterações biomecânicas que causam estresse excessivo à fáscia.

Talas Noturnas

As talas noturnas são utilizadas para manter a flexão dorsal e a extensão dos dedos enquanto o paciente está dormindo, fazendo com que a fáscia também seja alongada, e mantendo o seu comprimento ideal.

Acupuntura

O tratamento com acupuntura pode auxiliar no relaxamento dos músculos e tecido conectivo do pé, e diminuição do processo inflamatório, reduzindo as queixas de dor.

Eletroestimulação

A terapia por ondas de choque (em inglês, extracorporeal shock wave therapy – ESWT) é constituída por ondas sonoras extracorpóreas usadas na redução da dor e na cicatrização dos tecidos moles afetados.

Laser

A terapia com laser em baixa intensidade para a fáscia plantar propõe a analgesia, a redução do edema e a aceleração da reparação tecidual por meio da fotoativação de mecanismos celulares.

Ultrassom

O ultrassom, como onda mecânica de alta frequência, transmite energia por meio de vibração. Os efeitos esperados envolvem produção de calor profundo, aumento do fluxo de sangue local e redução da dor, e ainda, se utilizado em altas intensidades, acaba atuando na eliminação da fibrose, podendo ser indicado nos casos de fascite plantar crônica.

Liberação miofascial

Técnica que utiliza a pressão manual e os deslizamentos, liberando o tecido miofascial, combinando o movimento tradicional de deslizamento, fricção e amassamento. É realizada com a finalidade de alongar os músculos e as fáscias, obtendo dessa forma o relaxamento de tecidos tensos, devolvendo maior liberdade, diminuição de dores e alinhamento postural.

Ortotripsia

O tratamento por ondas de choque focal ou radial, isto é, com diferentes geradores trazem um bom resultado na grande maioria dos pacientes.

Realizamos este tratamento há 20 anos com uma grande porcentagem e bons resultados, semelhante aos publicadas na literatura mundial e nos estudos aprovados pelo FDA desde 2001.

É uma opção de tratamento rápido, seguro e eficaz, evitando a ausência do trabalho e substitui tratamentos invasivos, com o as infiltrações, uso de aparelhos de radiofrequência e as cirurgias.

Ondas de choque são ondas acústicas que promovem um aumento da circulação de sangue no local da área que estamos tratando e estimula a cicatrização e regeneração do tecido.

O procedimento médico é realizado por um ortopedista com treinamento médico e pode ser feito no consultório em intervalos semanais.

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