A síndrome da dor miofascial é uma condição caracterizada por dor muscular e nos tendões que pode estar presente em diversos grupamento musculares. É causa frequente das lombalgias, das cefaleias tensionais e das dores orofaciais.
Tensão muscular intensa e prolongada, acompanhada de dor e sensação de fraqueza. Estes são alguns dos sintomas da síndrome dolorosa miofascial, doença pouco conhecida, porém cada vez mais observada na população devido ao sedentarismo associado a sobrecarga de trabalho.
Pode surgir após grandes traumas, cirurgia na região, acidente com trauma da região- batidas, lesões, estiramentos – causado pelo alongamento excessivo, ou por microtraumas – sobrecarga da musculatura diária através de má postura e atividades repetidas associadas ao sedentarismo.
Diferente da fibromialgia, a dor miofascial tende a ocorrer em pontos de gatilho – áreas localizadas que com o estímulo desencadeiam dor, ao contrário de pontos sensíveis da fibromialgia que tendem a se espalhar. Os locais mais acometidos são – pescoço, ombros, costas, costelas, região lombar e quadril. Também são chamados de nós dos músculos.
Sintomas da síndrome da dor miofascial
O principal achado na síndrome da dor miofascial é a presença dos pontos-gatilho (PG), descritos como pontos dolorosos, hiperirritáveis e bem localizados dentro de uma banda muscular tensa. A pressão manual dos pontos-gatilho pode desencadear dor no local onde está sendo palpado e a distância, esta denominada área de dor referida. O quadro doloroso é habitualmente crônico e pode estar associado a formigamentos, contraturas musculares prolongadas, sensação de rigidez muscular e, por vezes, dificuldade de movimentação da região afetada. Os PG quando presentes nos músculos da face ou pescoço podem desencadear quadro de lacrimejamento, vermelhidão e secura ocular.
Condições associadas à síndrome da dor miofascial são os distúrbios do sono, stress emocional, alterações intestinais (diarreia ou constipação), postura incorreta no trabalho ou em casa.
Diagnóstico
O diagnóstico da doença é feito por um exame físico na região que o paciente sente a dor, denominada de banda de tensão muscular. Dentro dessa banda, encontra-se um ponto mais doloroso, que quando apertado reproduz a dor sentida pelo paciente, chamada de “ponto gatilho”.
Prevenção
– Fazer atividade física regular é a melhor saída para quem não quer ter dor miofascial.
– Modificar posturas viciosas e incorretas no trabalho e na execução de tarefas diárias: como não ler na cama, não dormir no sofá, não utilizar o ombro para segurar o celular, cuidar ao levantar peso, sentar de forma correta.
– Fazer pausas para alongamento e relaxamento quando a atividade é repetitiva.
– Procurar reduzir o estresse: quem é muito estressado acaba desenvolvendo contraturas da região do pescoço e de ombros.
– Dormir bem té fundamental: reservar ao menos de 6 a 8 horas diárias para um bom sono. É durante o sono profundo que nossa musculatura relaxa e libera a tensão.
– Alimentação saudável também é muito importante.
Tratamento
Os princípios fundamentais para o tratamento da síndrome dolorosa miofascial, assim como em toda condição relacionada à dor crônica, devem ser o entendimento do paciente sobre a doença, a presença de equipe multidisciplinar para a condução do caso e a abordagem dos vários domínios associados à dor, como ocorre na Clínica Salus Fisioterapia e Ortopedia.
- Analgésicos moderados
- Considerar o uso de ansiolítico antes de dormir
- Considerar modalidades de terapias físicas
O tratamento medicamentoso é sempre personalizado para cada caso com a possibilidade de uso de anti-inflamatórios, relaxantes musculares e medicações moduladoras da dor.
Baixas doses de benzodiazepínico ao deitar são muitas vezes eficazes para agudizações e alívio temporário dos sintomas; mas, em pacientes com distúrbios do sono associados, como apneia do sono, ansiolíticos e relaxantes musculares devem ser usados com cautela porque eles podem agravar essas doenças. Indicam-se analgésicos leves, como AINEs ou paracetamol, isoladamente ou associados. Ciclobenzaprina pode auxiliar no relaxamento muscular em algumas pessoas. Pelo fato de a condição ser crônica, opioides não devem ser usados, exceto talvez, rapidamente, para os casos de agudização. Em alguns casos de dor crônica, pode haver depressão. Nesses casos, os antidepressivos são úteis sob supervisão médica.
Alimentos difíceis de mastigar e chicletes devem ser evitados. Terapia física para estimular o relaxamento e aconselhamento auxiliam os pacientes (liberação das bandas de tensão – por meio de massagem). Modalidades físicas, como aestimulação elétrica nervosa transcutânea(TENS), bem como alongamento muscular e liberação miofascial. Fisioterapia, Acupuntura e Reeducação Postural Global são indicados.
A avaliação postural no trabalho e nas atividades domésticas devem ser abordadas e corrigidos eventuais fatores perpetuadores do quadro doloroso. As queixas relacionadas ao sono e a presença de fatores psicológicos agravantes merecem atenção e devem ser tratados especificamente.
A inativação dos pontos-gatilho é essencial para o alívio da dor e pode ser feito pelo tratamento fisioterápico com terapia manual ou métodos físicos (ultrassom, mecanoterapia, termoterapia). Outra opção é o procedimento de agulhamento (acupuntura), para desativar os pontos geradores de dor. Após melhora do quadro doloroso agudo, a manutenção de fisioterapia e atividade física, como Pilates, são fundamentais para obtenção de bons resultados a longo prazo.
O que é Fibromialgia >
Dor nas costas e pescoço >