Fibromialgia tem muitos sintomas que tendem a variar de pessoa para pessoa. O sintoma principal é a dor generalizada.
Além da dor, o indivíduo com fibromialgia apresenta outros sintomas como cansaço crônico (fadiga), problemas de sono, problemas de humor como ansiedade e depressão, dificuldade para se concentrar, problemas de memória, alterações intestinais, cólicas menstruais intensas, cefaleias e enxaquecas, rigidez muscular e articular, entre outros.
O que causa a fibromialgia?
Ninguém sabe o que causa fibromialgia. Qualquer um pode desenvolver esta síndrome, mas a fibromialgia é mais comum em mulheres de meia-idade.
Pessoas com artrite reumatóide e outras doenças auto-imunes são particularmente propensos a desenvolver fibromialgia.
Estudos sugerem que existe uma interacção entre fatores físicos, neurológicos e psicológicos. A dor que sentimos é frequentemente afetada pelas nossas emoções e humores. A depressão ou a ansiedade podem fazer com que a dor pareça pior. Ao mesmo tempo, estar com dor pode levar ao estresse, preocupação ou baixo humor.
É comum a fibromialgia aparecer depois de um trauma psicológico ou físico, como por exemplo separações conjugais, perda de alguém querido, sofrer assaltos ou acidentes. No entanto, é errado a concepção ultrapassada de que a dor da fibromialgia é uma “dor psicológica”, uma “invenção da cabeça da pessoa”.
A principal teoria atual é que as pessoas com fibromialgia têm uma hipersensibilidade aos sinais de dor no cérebro. Isso é chamado de sensibilização central. Isto pode ser devido a várias pequenas alterações na química do cérebro. O que dispara ou faz com que essas alterações não é conhecido.
O que sente a pessoa com fibromialgia?
A principal queixa das pessoas acometidas com fibromialgia é a dor no corpo todo, com sensibilidade aumentada até para toque e aperto da pele. Essa dor é percebida principalmente quando se palpa os músculos do corpo. O indivíduo com fibromialgia tem dificuldade para dizer se a dor acontece nos músculos, nos ossos ou nas articulações (“juntas”).
Outra queixa bastante incapacitante é o cansaço, a dificuldade para dormir bem e a sonolência excessiva durante o dia. Muitas vezes a pessoa tem dificuldade para pegar no sono, ou então acorda diversas vezes durante a noite, ou até mesmo dorme várias horas seguidas mas quando se levanta da cama sente que não conseguiu descansar (o chamado “sono não reparador”).
Outros sintomas que podem aparecer incluem a incontinência urinária, o intestino solto (ou inclusive preso), a sensação de formigamentos e queimações no corpo e a sensação de que o corpo está sempre inchado.
Outras queixas comuns incluem dores abdominais inespecíficas, palpitações, dificuldade para realizar atividades do dia-a-dia e atividades físicas.
Além disso, a pessoa com fibromialgia pode ter problemas de memória e para se concentrar nas tarefas do dia-a-dia e ter problemas de humor, como depressão e ansiedade.
Fibromialgia e sono
A perturbação do sono também pode contribuir para este aumento da sensibilidade da dor na fibromialgia. Estudos de ondas cerebrais mostram que as pessoas com fibromialgia muitas vezes perdem o sono profundo.
Uma série de coisas podem levar a distúrbios do sono, tais como:
- Dor de uma lesão ou outra condição como a artrite
- Stress no trabalho ou tensão nos relacionamentos pessoais
- Depressão causada por doença ou eventos infelizes.
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Qual o tratamento da fibromialgia?
Infelizmente não existe cura para a fibromialgia. É uma doença crônica, que geralmente perdura pela vida inteira, com períodos de melhora e piora da dor e dos outros sintomas. No entanto não é uma doença fatal nem progressiva, podendo o indivíduo apresentar controle dos sintomas através de um tratamento multidisciplinar, incluindo médico, psicólogo, fisioterapeuta, educador físico, terapeuta ocupacional, enfermeiro, entre outros.
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O médico especialista em dor, além de levantar a suspeita e confirmar o diagnóstico, poderá prescrever remédios que auxiliem no controle da dor, das alterações de humor, do sono e do cansaço. O médico poderá também realizar tratamentos complementares, como a acupuntura, que através de agulhas finas colocadas em locais determinados do corpo, podem trazer sensação de bem-estar, reduzir a dor e melhorar a ansiedade, com praticamente nenhum efeito colateral. Para dores localizadas associadas, como a síndrome do manguito rotador ou dores no ombro, pode-se tentar bloqueios anestésicos como do nervo supraescapular. Para dores lombares, podemos tentar a utilização de terapias de ondas de choque ou infiltrações e bloqueios articulares com anestésicos e medicamentos corticóides locais.
O psicólogo é essencial para tratar as questões emocionais e atua também na memória e na concentração. O fisioterapeuta e o educador físico vão trabalhar as questões de atividade física regular, com alongamento, fortalecimento muscular e melhora do condicionamento físico, diminuindo significativamente a longo prazo a dor e o cansaço. O terapeuta ocupacional orientará formas de realizar melhor as atividades tanto do dia-a-dia quanto as profissionais, de modo a gastar menos energia, prejudicar menos as articulações, melhorar a postura, entre outros benefícios. O enfermeiro é essencial para ajudar o paciente a cuidar melhor das medicações que o médico prescrever e dar orientações em relação à sexualidade e o controle da parte intestinal e urinária, que podem trazer grande desconforto ao paciente.
Dessa maneira, com o tratamento multidisciplinar com cada profissional atuando de maneira conjunta aos demais, é possível controlar de modo satisfatório os sintomas da fibromialgia, trazendo mais qualidade de vida e menos sofrimento ao indivíduo, possibilitando que o indivíduo com fibromialgia tenha uma vida normal e saudável.