A lesão do ligamento cruzado anterior do joelho é bastante frequente, sendo geralmente fruto de uma torção. Este ligamento é um importante estabilizador do joelho, isto é, impede que a articulação se desloque durante os movimentos. Quando há lesão do ligamento cruzado anterior, o joelho fica predisposto à novas torções, que costumam ser cada vez mais importantes.
Um joelho com estabilidade deficiente devido à lesão do ligamento cruzado anterior pode deslocar-se parcialmente durante movimentos bruscos de mudança de direção durante a marcha ou a corrida, dando a sensação que chamamos de falseio. Este movimento articular anormal ocasiona choque entre as peças ósseas que compõe o joelho, gerando quadro inflamatório que se manifesta pelo inchaço da articulação, acúmulo anormal de líquido dentro do joelho (água no joelho), e bastante dor.
O ligamento cruzado anterior do joelho localiza-se no centro da articulação, e é banhado constantemente pelo líquido sinovial. Sendo assim, quando ele se rompe, o coágulo que se forma na região, e que é o responsável pelo início do processo de cicatrização dos tecidos, acaba sendo dissolvido. Este fato explica porque o ligamento cruzado anterior do joelho não cicatriza após uma lesão completa.
Existe a possibilidade de tratamento fisioterápico baseado em fortalecimento muscular e treinamentos específicos, na tentativa de preparar os músculos e demais estruturas saudáveis para compensar a falta do ligamento. Infelizmente, este tipo de tratamento tem eficiência limitada, e costuma ser insuficiente para evitar novas torções em indivíduos jovens e ativos, principalmente os que praticam atividades físicas.
O tratamento cirúrgico geralmente é necessário para pacientes jovens e praticantes de atividades físicas que exigem bastante do joelho, como o futebol e as lutas. O procedimento cirúrgico mais utilizado em todo o mundo para este tipo de tratamento é a reconstrução ligamentar, que é a substituição do ligamento cruzado anterior lesado por um enxerto de tendões retirado do próprio paciente. Ele é, em geral, realizado através de pequenas incisões e com auxílio da videoartroscopia.
Sendo um procedimento minimamente invasivo, realizado através de videoartroscopia, ele se tornou muito menos agressivo que no passado, possibilitando uma recuperação menos dolorosa e mais rápida. O avanço na tecnologia dos implantes que fixam o enxerto ao osso também permitem a carga e movimentação precoce do joelho logo após a cirurgia, e não é incomum que o paciente consiga andar apoiando-se parcialmente no membro operado, já no dia seguinte após o procedimento, utilizando-se, para isso, de duas muletas.
Em média, espera-se que o paciente já esteja andando sem muletas entre 30 e 45 dias após a cirurgia. A partir daí o desenvolvimento até o retorno às atividades físicas e esportivas é gradual, sendo que, o enxerto que substitui o ligamento estará com sua capacidade máxima para suportar tensão com seis meses de pós-operatório, e portanto esportes de contato como lutas e futebol somente serão liberados após este período.
A fisioterapia é essencial no período pós-operatório, para que se alcancem bons resultados. Inicialmente com medidas para controle da dor e da inflamação e reabilitação dos movimentos articulares, evoluindo com treinos de equilíbrio e coordenação motora, até a fase final com fortalecimento muscular e treinos específicos para retorno às atividades esportivas.
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