Durante o Diabetes UK Professional Conference (DUPC) 2019, realizado em Liverpool, Reino Unido, entre os dias 06 e 08 de março de 2019, foram apresentadas novas descobertas sobre o jejum intermitente. Segundo o estudo apresentado, em pessoas saudáveis, mas com sobrepeso/obesidade, o jejum intermitente mostrou que pode reduzir os níveis de triglicérides em 40% após as refeições, quando comparado com uma dieta convencional com restrição calórica diária.

Jejum Intermitente

Segundo os autores do estudo, após uma perda de 5% de peso, o jejum intermitente, mas não a restrição energética contínua, levou a melhorias significativas nas respostas de triglicerídeos pós-prandiais e, realizando o jejum repetidamente, pode levar benefícios para pessoas com triglicerídeos elevados.

No estudo, os pesquisadores examinaram os efeitos crônicos da restrição de energia intermitente (jejum em dieta 5:2 com 630 kcal/dia, por 2 dias, e alimentação saudável por 5 dias) comparado a restrição dietética diária modesta (600 kcal abaixo das necessidades diárias) em um total de 27 participantes saudáveis, com sobrepeso/obesidade (IMC: 30,1 ± 1,0 kg/m2).
Este estudo preconizou que todos os participantes atingissem uma perda de peso de 5% e que fossem submetidos a avaliações metabólicas pós-prandiais de glicose e lipídios, antes e depois de atingir o objetivo de peso. Esse passo foi necessário, segundo os autores, porque a perda de peso desigual entre os grupos teria levado a confusões nas comparações metabólicas.

A principal ênfase da pesquisa foi sobre o metabolismo pós-prandial, considerando que a maioria dos estudos anteriores analisaram o metabolismo em estado de jejum. Os seres humanos gastam três quartos do dia em um estado pós-prandial alimentado, e o comprometimento da glicose pós-prandial e do metabolismo lipídico são fatores de risco independentes para doenças cardiovasculares, explicaram os pesquisadores.

Também foram avaliadas as mudanças na composição corporal e o tempo necessário para atingir a meta de perda de peso de 5% em relação às dietas.
Os pesquisadores observaram que o grupo de jejum intermitente levou menos tempo para atingir o objetivo de 5% de perda de peso (média de 59 dias) do que aqueles com uma moderada restrição calórica diária (média de 73 dias).

Para ambos os grupos houve melhorias comparáveis ​​em relação à adiposidade e circunferência da cintura/quadril, mas não foi observada nenhuma diferença nos perfis de glicose ou lipídios em jejum.

A principal conclusão do estudo foi que as diferenças metabólicas entre a perda de peso por meio dessas duas dietas só se tornaram aparentes no período pós-prandial. A perda de peso de 5% através do jejum intermitente (5: 2) levou a uma redução significativa nos triglicerídeos pós-prandiais, mas isso não foi observado no outro grupo.

Os achados sugerem que as frequentes “crises” de jejum podem oferecer vantagens metabólicas muito distintas quando comparadas às dietas contínuas, mostrando que o jejum intermitente leva a uma maior redução nos triglicerídeos pós-prandiais e destaca possíveis aplicações, especialmente em pessoas que já possuem triglicérides em jejum elevado e, do ponto de vista do paciente, o principal apelo deste tipo de restrição de energia intermitente é que ele não precisa restringir a ingestão todos os dias.

Fonte: Diabetes UK Professional Conference (DUPC) 2019; 06 a 08 de março de 2019, Liverpool, UK

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