Apesar de existirem diversas patologias do ombro como “impacto subacromial”, “tendinite do manguito rotador”, “bursite” e/ou “instabilidade anterior do ombro”, todos estes diagnósticos estão associados à presença de dor intensa.

A dor ocorre devido a um distúrbio mecânico no espaço subacromial, geralmente acompanhada por uma restrição funcional (bloqueio), que impede a elevação do braço e/ou da mão acima ou ao nível da cabeça e que também dificulta a realização de tarefas que exigem torção do ombro. Associado a este bloqueio pode existir uma sensação de instabilidade durante o movimento do braço que traduz a incapacidade de manter a cabeça do úmero no centro da cavidade glenóide, i.e. de manter a congruência articular.

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Se pensarmos na progressão destas patologias, isto pode tornar-se bastante limitativo no dia a dia dificultando a execução de algumas atividades essenciais como: pentear o cabelo, vestir ou despir uma camisola, tomar banho, fazer a higiene íntima, etc. Pode igualmente prejudicar o desempenho no trabalho, afetando tanto pessoas que trabalham muitas horas ao computador (no manuseamento do rato), que têm um trabalho continuado de escrita, ou que mantêm a postura do braço elevado durante longos períodos; àquelas que transportam pesos de forma repetitiva (mesmo que sejam cargas mais leves), ou que conduzem durante muitas horas. Esta problemática pode também afetar a performance de alguns gestos desportivos como o serviço no vôlei ou no tênis, o passe e o remate no handebol, ou mesmo a prática de ginásio em exercícios como a elevação frontal com barra e push ups.

Estas patologias podem ser tão limitantes que se torna importante sensibilizar as pessoas sobre alguns sinais e sintomas que são comuns à maioria das condições dolorosas do ombro.

As pessoas relatam frequentemente que numa fase inicial têm uma “sensação de peso” e/ou “desconforto” na região anterior do ombro ou na região do trapézio superior, a qual pode progredir para o cotovelo ou para o pescoço nas atividades que exigem um esforço maior. Este sintoma ocorre numa fase inicial do processo inflamatório, que mais tarde se irá traduzir em dor (cada vez mais intensa). Associado a este sintoma surge também a “sensação de fraqueza” quando solicitamos o uso do braço em atividades repetidas de elevação e/ou de torção (tal como foi referido nos exemplos anteriores), pela alteração dos padrões de recrutamento muscular (i.e. alteração da sequência correta de funcionamento dos músculos) e níveis de força entre os músculos que estabilizam o ombro e os que mobilizam o braço.

Por fim, um dos principais sinais e talvez o que leva as pessoas a procurarem a nossa ajuda, é a redução das amplitudes do movimento do ombro – quantidade de movimento que a pessoa consegue realizar e do controlo neuromuscular do ombro – qualidade do movimento realizado (forma como realizamos determinada tarefa).

A fisioterapia assume um papel fundamental no tratamento e prevenção da dor e da incapacidade associada ao ombro. Na avaliação clínica pode recorrer-se a diversos métodos: o mais importante, a observação clínica – cuja identificação e classificação das alterações do movimento dependem da capacidade de observação e manualidade do fisioterapeuta (ex: testes clínicos). Hoje em dia, já podemos recorrer a métodos de alta tecnologia – cuja precisão e rigor das medições depende essencialmente dos métodos e instrumentos utilizados (ex: sistemas de câmeras/optoeletrônicos, sistemas eletromagnéticos, etc.).

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Relativamente ao tratamento, a literatura mais recente sugere que os protocolos de reabilitação devem incluir um plano de exercícios direcionados para a correção do movimento omoplata, tendo em conta um processo de (re)aprendizagem motora sequencial (3 fases: cognitiva, associativa e autônoma) e acompanhado, necessário para que haja uma nova integração dos movimentos precisos da omoplata sobre o tórax. O sucesso dos resultados depende não só dos métodos de avaliação disponíveis e determinação de um plano de reabilitação eficaz, como também da identificação precoce dos sinais e sintomas anteriormente mencionados. Neste sentido é muito importante a capacidade de avaliação e diagnóstico do técnico, seja médico ou fisioterapeuta que o acompanha, pois não interessa apenas resolver o processo doloroso, mas também tratar a disfunção do movimento de base para evitar recidivas da mesma lesão.

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Criada em 2017 com a proposta de cuidar com profissionalismo de pacientes com dores articulares, musculares e ósseas.