Infelizmente, existe a probabilidade de uma nova fratura na região do fêmur. Esse dado é conhecido, sendo de 6 a 20 maior de uma nova fratura dentro do primeiro ano de recuperação.
De fato, o objetivo da fisioterapia no tratamento pós-operatório de pacientes com fratura de colo de fêmur é aumentar a força muscular, melhorando a segurança e a eficiência do caminhar, resultando em maior independência do idoso.
Fisioterapia pós-operatória de fratura de quadril
Os objetivos iniciais são ajudar as pessoas a preservar o nível de força que tinham antes da fratura (mantendo-as em movimento, e evitando a perda do tônus muscular) e prevenir problemas que resultem do repouso na cama. O objetivo principal é restabelecer sua capacidade de caminhar como faziam antes da fratura.
A movimentação do paciente é muito importante, uma vez que isso quanto antes isso acontece, evita-se complicações severas da imobilização, como tromboses, por exemplo.
Outro fator importante a ser considerado é a capacidade cardiorrespiratória do paciente, já que a aptidão aeróbica pode ser desenvolvida nesse período, aumentando a função física do paciente e há estudos que mostram que quanto maior a aptidão cardiorrespiratória, melhor a capacidade de caminhada.
Exercícios de força também são bastante indicados, pois resultam em benefícios físicos e também cognitivos, melhorando a saúde geral do paciente pós-fratura.
Esse ganho de força muscular pode ser realizado tanto por pesos quanto por estimulação neuromuscular feita por aparelho, técnica que vem ganhando espaço, sobretudo para músculos inibidos.
O fortalecimento da musculatura abdutora e adutora do quadril aumenta a estabilidade látero-lateral durante caminhadas, o que influencia na melhora do equilíbrio dinâmico do paciente.
Assim que possível, algumas vezes horas após a cirurgia, as pessoas são estimuladas a sentarem em uma cadeira. Sentar reduz o risco de úlceras de decúbito e coágulos de sangue e facilita a transição para ficar de pé. Elas devem aprender a fazer exercícios diários para fortalecer o tronco e os músculos dos braços e, por vezes, também aprendem a fazer exercícios para fortalecer os músculos maiores de ambas as pernas. Normalmente, durante o primeiro dia depois da cirurgia, o paciente é incentivado a levantar-se sobre a perna saudável, normalmente com a assistência de alguém, ou mesmo apoiar-se em uma cadeira ou em uma barra da cama. Durante a realização dos exercícios, as pessoas são orientadas a colocarem no chão apenas as pontas dos dedos do pé da perna lesionada. No segundo dia após a cirurgia, incentiva-se o paciente a apoiar todo o seu peso sobre a perna lesionada, embora isso dependa do tipo de fratura e da recuperação.
Exercícios de fisioterapia indicados
Não há uma regra absoluta de quais exercícios devem ser prescritos, uma vez que o tratamento fisioterápico deve ser sempre individualizado, respeitando as condições e história de cada paciente.
De maneira geral, diversas técnicas e modalidades terapêuticas podem ser utilizadas na recuperação de um paciente com fratura de colo de fêmur, dentre elas, fortalecimento, treino de propriocepção, treino de marcha, aparelho de estimulação motora e analgesia, dentre outras.
Estima-se que o paciente com fratura de fêmur tenha perda de 6% da massa magra no período de 1 ano, portanto, exercícios de fortalecimento e ganho de massa muscular são muito importantes.
Nos primeiros dias após a cirurgia, a descarga de peso varia de acordo com o procedimento realizado. Porém, já é indicado um trabalho de contrações isométricas para evitar ao máximo a perda importante de massa muscular.
Com o passar do tempo, contrações isocinéticas com utilização de aparelhos é interessante, pois há controle pelo paciente.
Enfim, exercícios envolvendo amplitude do movimento, força muscular e treino funcional e de equilíbrio, além de propriocepção são incluídos na fase quando a fratura já está bem consolidada, permitindo peso no membro afetado.
Exercícios que podem ser incluídos nessa fase do tratamento
– Flexão do joelho com flexão do quadril (costas apoiadas o tempo todo);
– Abdução e adução;
– Dorsiflexão com flexão de quadril (sempre com costas apoiadas o tempo todo);
– Extensão de quadril com resistência (por exemplo, de mola, no Cadillac);
– Agachamento, com bola, preservando o ângulo de 90º nos joelhos;
– Flexão e extensão de joelho e quadril, com pés sobre bola.
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